Guia de Elvanse Tratamento da PHDA (Perturbação de Hiperatividade e/ou Défice de Atenção) para os médicos prescritores em Portugal
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Sobre a PHDA Ir para:
Introdução
  • A perturbação de hiperatividade e/ou défice de atenção (PHDA) é uma perturbação neurocognitiva, de desenvolvimento e comportamental
  • As características principais da PHDA são falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, além da dificuldade em executar tarefas
  • Calcula-se que a PHDA afete aproximadamente 5-6% da população mundial, todavia as estimativas variam de acordo com diferenças metodológicas dos estudos
  • O diagnóstico é feito normalmente em crianças e adolescentes, na sequência de problemas de aprendizagem, desempenho escolar ou comportamento social. Contudo, evidências recentes sugerem que, apesar dos sintomas e compromisso funcional poderem alterar-se ou diminuir com a idade, em alguns doentes com PHDA podem persistir na idade adulta,
  • Pensa-se que a PHDA possa ser causada por uma complexa interação de múltiplos fatores genéticos e ambientais (incluindo fatores pré e perinatais e indicadores de adversidade familiar/ambiental), que confere suscetibilidade aos indivíduos afetados e dá origem a efeitos neurobiológicos em várias regiões específicas do cérebro. Também estão envolvidos diversos sistemas de neurotransmissores, como o sistema dopaminérgico.
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Sintomas
  • A PHDA pode comprometer o desempenho académico, social e interpessoal do doente devido a uma reduzida capacidade de concentração, compromisso das capacidades de planeamento e organização, aumento da impulsividade, reduzida capacidade de controlar as emoções, défices na memória funcional, motivação, e controlo motor. O Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-5) e as diretivas da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) descrevem os sintomas da PHDA. Os sintomas e a sua gravidade variam entre indivíduos, apesar de, para se poder chegar a um diagnóstico, os sintomas terem de ser generalizados, persistentes, desajustados e inconsistentes com a fase de desenvolvimento do doente.
  • Os critérios do DSM-5 também classificam a PHDA de acordo com o subtipo da perturbação:
    • Predominantemente desatento
    • Predominantemente hiperativo/impulsivo
    • Combinado
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Diagnóstico
  • O diagnóstico deve ser feito por um pedopsiquiatra ou médico não psiquiatra experiente em PHDA, após uma avaliação minuciosa dos sintomas do doente e história clínica, e elaborado de acordo com os critérios do DSM-5 ou diretivas da CID e da prática clínica nacional.
  • Os relatos dos pais e professores sobre o comportamento da criança também são valiosos no diagnóstico da PHDA em crianças
  • Não existe um único teste diagnóstico para a PHDA; o diagnóstico adequado pode requerer o uso de ferramentas e avaliações clínicas, psicológicas, educativas e sociais especializadas
  • O diagnóstico diferencial em crianças deve incluir a distinção da PHDA de:
    • Comportamento normal
    • Comportamento perturbador em crianças devido a um coeficiente de inteligência baixo ou alto
    • Comportamento opositor devido a fracassos de desempenho ou incapacidade para corresponder às expectativas
    • Perturbação de movimentos estereotipados
    • Outras perturbações mentais
    • Sintomas ocorrendo como parte de uma perturbação psicótica ou comportamental generalizada
    • Efeitos de medicação
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Tratamento
  • O tratamento da PHDA é direcionado para a melhoria da atenção e redução da hiperatividade/impulsividade, com o objetivo de melhorar o foco de atenção, desempenho e problemas comportamentais e sociais associados
  • Os doentes com PHDA necessitam de uma estratégia de tratamento abrangente, individualizada e multimodal
  • O tratamento inclui intervenções psicológicas, educativas e sociais, assim como farmacoterapia
Intervenções não farmacológicas
  • O apoio educativo apropriado é importante para as crianças com PHDA, incluindo o uso de intervenções baseadas na escola
  • As intervenções psicossociais são componentes chave de um plano de tratamento do PHDA e podem incluir:
    • Terapêutica comportamental cognitiva
    • Formação de aptidões sociais
  • Outras intervenções não farmacológicas de potencial benefício no tratamento do PHDA incluem:
    • Educação dos doentes e dos pais/tutores, cuidadores e professores, como apropriado, relativamente à PHDA, os seus efeitos e o seu tratamento
    • Formação em técnicas de gestão comportamental para os pais e/ou professores do doente
Farmacoterapia
  • A farmacoterapia deve ser utilizada como parte de um programa de tratamento abrangente e multimodal
  • Os agentes farmacológicos indicados para utilizar no tratamento de doentes com PHDA incluem medicamentos estimulantes (como por exemplo, metilfenidato ou dexanfetamina) e agentes não estimulantes (como por exemplo, atomoxetina)
  • Quando se considerar farmacoterapia para o tratamento da PHDA, é importante considerar as potenciais comorbilidades, o perfil de efeitos adversos e o potencial de abuso da medicação. O tratamento tem de ser iniciado sob a supervisão de um especialista adequado, experiente em perturbações da infância e/ou adolescência.
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